Rota do Açaí
O açaí é um fruto originário da Amazônia e que, nas últimas décadas, se popularizou no País e ganhou mercados mundo afora. O Pará, sozinho, responde por 61% da produção nacional – maior índice de extração do fruto do Brasil. Para impulsionar esse potencial produtivo, ampliar a capacidade de atendimento aos mercados interno e externo e gerar emprego e renda, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) implementou a Rota do Açaí no estado. As ações contam, também, com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) do Pará.
O estado paraense viu a sua produção local saltar de 406,5 toneladas coletadas em 2010 para 1,2 milhão de toneladas em 2017, de acordo com a Sedap. O Amazonas ocupa a segunda posição nesse ranking, com 23% do total produzido no País.
Atualmente, três Polos da Rota do Açaí apoiados pelo MDR estão em atividade no Pará. A unidade Baixo Tocantins comporta quatro dos cinco maiores produtores de açaí do estado: Igarapé Miri, Abaetetuba, Cametá e Barcarena, responsáveis por 70% da produção no estado em 2017. Integram o núcleo, também, produtores de Acará, Baião, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Tailândia.
O Polo BR-316/Nordeste Paraense abrange a capital Belém e outros 20 municípios: Ananindeua, Benevides, Bragança, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares, Curuçá, Inhangapi, Maracanã, Marapanim, Marituba, Primavera, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará, Tomé Açu, Viseu, Bujaru, Santo Antônio do Tauá e Magalhães Barata.
Em decorrência de seu grande potencial - 20% do total produzido pelo Pará em 2017 - o Polo Marajó Floresta também foi criado em 2019.
Em 2020, o MDR prevê instalar novos Polos na região norte: São Luiz do Anauá, em Roraima, e no Arquipélago do Bailique, no Amapá.
Implementação
A partir da identificação das potencialidades locais, a Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano (SDRU), em conjunto com os órgãos parceiros, associações e entidades locais, realiza o diagnóstico, considerando questões como capacidade hídrica, energética, de escoamento da produção (rodovias, aeroportos, ferrovias e portos), capacidade de beneficiamento e produtiva.
Também é oferecido apoio técnico e de planejamento estratégico para estruturar e profissionalizar o trabalho dos agricultores, especialmente os pequenos produtores e familiares.
Usos variados
Muitas pessoas pensam que o único aproveitamento do açaí é da fruta em si, que pode ser utilizada em vinho, polpa congelada, sorvete, geleia, corantes, entre outros. Porém, todo o açaizeiro pode se transformar em diferentes fontes de renda para os produtores.
As raízes, quando novas, podem ser usadas como um chá vermífugo. O tronco pode ser aproveitado em construções rurais e para a criação de móveis leves. Os cachos podem ser transformados em vassouras, adubo e até serem usados como repelente natural contra insetos (quando queimados).
A palha serve como telhado em casas de ribeirinhos e pode ser usada na produção de tapetes e outros objetos artesanais. O caroço pode ser aproveitado como adubo, insumo para a fabricação de joias ecológicas ou como substituto ao uso de carvão e lenha. Já a parte superior do caule é de onde se extrai o palmito do açaí, que pode ser retirado sem a derrubada da árvore, permitindo uma produção sustentável desse produto.