Rota do Mel
A Rota do Mel

Tanto a apicultura (criação da abelha Apis mellifera - gênero de abelhas que se utilizam de ferrão como mecanismo de defesa), quanto a meliponicultura (criação de abelhas nativas, também chamadas de indígenas, ou sem-ferrão - por possuírem ferrão atrofiado), são atividades que detém incontestável potencial de inclusão produtiva (acesso à ocupação e renda), de forma sustentável. Além disso, ressaltam-se a importância ecológica da atividade, devido ao serviço de polinização que beneficia a fauna e flora locais e, também, da manutenção dos enxames, que vem diminuindo gradualmente nas últimas décadas, em todo o planeta.
O objetivo da Rota do Mel é promover o desenvolvimento territorial e regional por meio do fortalecimento de arranjos produtivos locais associados à apicultura, meliponicultura e produtos das abelhas, em regiões priorizadas, conforme a Portaria nº 34, de 18 de janeiro de 2018.
Histórico
Atribui-se ao ano de 1839 o início da atividade apícola no Brasil. O padre Antônio Carneiro trouxera para o Rio de Janeiro colônias de abelhas da espécie Apis mellifera, vindas da região do Porto, em Portugal. Outras raças da mesma espécie também foram trazidas posteriormente por imigrantes europeus, principalmente para as regiões Sul e Sudeste do país.
Em 1956, a abelha africana (Apis mellifera scutellata) foi introduzida no Brasil com a finalidade de realização de pesquisa, ocasionando um novo rumo para a nossa apicultura. O acasalamento desta com as abelhas de raça europeia formou um híbrido natural conhecido como 'abelha africanizada', cuja agressividade causou problemas referentes ao manejo dos apiários, provocando o abandono da atividade por muitos apicultores.
Somente após o desenvolvimento de técnicas adequadas, nos anos 70, a apicultura passou a crescer, expandido-se, principalmente, para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
A apicultura nos dias de hoje
Da criação de abelhas obtem-se o mel, a cera, o própolis, o geopropolis (meliponicultura), o pólen, a geleia real e a apitoxina. Além disso, é crescente a demandada por colmeias para o serviço de polinização de plantações diversas, de forma temporária, em locais onde as abelhas não estão presentes naturalmente na quantidade suficiente para aumento da produtividade da cultura em questão. Esta atividade é conhecida como apicultura migratória.
O mel, produto de maior relevância na cadeia, é produzido em todo o território nacional, segundo dados do IBGE (2015). Reconhecido mundialmente por sua qualidade, em 2017 (e já pela pela 5ª vez), o mel brasileiro recebeu a medalha de ouro do 45º Congresso da Associação Internacional das Federações de Apicultura - APIMONDIA, sendo considerado o melhor mel do mundo.
Apesar da vasta extensão territorial, do clima tropical, da abundância da vegetação, e da disponibilidade de abelhas adaptadas às condições climáticas, especula-se que o Brasil explora apenas cerca de 15% do potencial de sua flora apícola. Além disso, o consumo interno do mel é baixo, quando comparado a outros países, assim como a produtividade, quando se analisa a quantidade média de mel produzido por uma colmeia no decorrer de um ano.
Caracteríticas da atividade
É sustentável - a apicultura atende aos princípios da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991), que considera requisitos para um desenvolvimento sustentável: atividades que possam suprir as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprirem as suas próprias necessidades;
É inclusiva - pode ser exercida por jovens e adultos, mulheres e homens, proprietários ou não de terras, de diferentes níveis culturais ou econômicos;
Promove a preservação dos biomas: não gera poluição, favorece a produção de frutos, sementes e plantas, beneficiando a conservação tanto da flora, quanto da fauna, a partir do serviço de polinização;
É economicamente viável - possui baixo custo de implantação em relação a outras atividades agropecuárias e com retorno de curto a médio prazo;
A criação de abelhas pode resultar numa grande diversidade de méis e de outros produtos devido à enorme diversidade de floradas, nos diversos biomas presentes no território brasileiro;
Resulta em produtos naturais de alta demanda (interna e externa), tanto para a indústria alimentíca, quanto para a farmaceutica, gastronômica, de cosméticos, etc;
Possibilidades latentes de agregação de valor: (selo de produto orgânico, selo de agricultura familiar, reconhecimento de Identidade Geográfica, adoção de boas práticas e novas tecnologias no manejo, extração e industriliazação, etc), cuja consequência esperada é uma melhor remuneração para os trabalhadores do setor - apicultores, meliponicultores, comerciantes, exportadores, e etc.
Conheça os Polos da Rota do Mel
- Polo de Apicultura do Norte de Minas Gerais (MG);
- Polo do Mel de Jandaíra (RN);
- Polo do Mel do Pampa Gaúcho (RS);
- Polo do Mel dos Campos de Cima da Serra (RS)
Arquivos:
- Caderno 01 - Polos da Rota do Mel - metodologia de seleção dos polos da Rota do Mel;
- Caderno 02 - Oficinas da Rota do Mel - organização, mobilização e realização das Oficinas;
- Fluxograma do Programa Rotas de Integração Nacional (da formalização do Polo à execução de projetos)