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7. Necessidades de investimentos. página 4

Published: Wednesday, 14 de January de 2015, 14h18

7. Necessidades de investimentos. página 4

Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas

Para a definição dos investimentos em drenagem urbana e manejo de águas pluviais, quatro parcelas foram consideradas: i) a implantação de sistemas de drenagem nas áreas de expansão urbana; ii) a reposição dos sistemas ao longo do horizonte da simulação; iii) a reposição dos sistemas de drenagem clássicos (macrodrenagem) existentes nos municípios, conforme descritos na PNSB (2000), ao longo do período, tendo por foco a redução do risco de inundação; iv) a adequação dos sistemas de drenagem em áreas urbanizadas que sofrem com inundações. Deve-se ressaltar que os investimentos estimados referem-se àqueles necessários ao controle de inundações e não incluem os custos relacionados à desapropriação ou aquisição de terrenos, nem as obras de microdrenagem.

Os custos da estimativa de expansão dos sistemas de drenagem urbana devido à expansão territorial – item (i) - foram definidos a partir da escolha de cenários de implantação de sistemas de drenagem[1]. Os custos de reposição destes – item (ii) - foram estimados com base em índices anuais[2].

A parcela referente à reposição da infraestrutura atualmente existente (parcela iii) está associada aos custos anuais de recuperação estrutural de canais de macrodrenagem, consistindo na recuperação do concreto e armaduras dos canais, estimada em 10% de sua área total por ano. A infraestrutura existente considerou o patrimônio de macrodrenagem implantado em cada um dos municípios brasileiros, conforme a PNSB de 2000. Os dados da PNSB de 2008 não foram utilizados pelo fato de o quesito “área inundada dos municípios”, dado relevante para o referido cálculo de investimentos, só estar contemplado na PNSB de 2000.

O investimento em readequação dos sistemas existentes nos municípios (parcela iv) levou em conta as carências em termos de soluções adequadas de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, com base nas áreas que sofreram inundações. Para a quantificação dessas carências, adotou-se a premissa de que as intervenções corretivas têm um custo equivalente ao valor dos prejuízos decorrentes de inundações, estimados com base em estudos de prejuízos diretos causados por inundações, expressos em curvas de prejuízos unitários versus profundidade de inundação[3] e danos à infraestrutura urbana[4]. Destaca-se neste ponto que, embora possa se considerar pouco razoável a adequação dos sistemas de drenagem de todo o País, em 20 anos, em vista de se julgarem os dados de áreas inundadas informados pela PNSB de 2000 fortemente subdimensionados, devido ao baixo número de declarações, adotou-se a meta de se tratar 100% desse passivo.

O investimento total necessário em expansão e reposição dos sistemas de drenagem pluvial urbana, entre os anos de 2014 e 2033, foi estimado em 68,7 bilhões de reais. A macrorregião Sul responde pela maior necessidade de investimentos, 29,2 bilhões, dos quais 25,4 destinam-se à expansão. No Sudeste, por sua vez, são necessários 18,3 bilhões de reais, sendo 10,7 para a expansão (Tabela 7.4 e Figura 7.5).

TABELA 7.4: Necessidade de investimentos em drenagem e manejo das águas pluviais urbanas segundo macrorregiões do Brasil, entre o ano base de 2014 e os anos de 2018, 2023 e 2033 (em milhões de reais de dezembro/2012)[5]

MACRORREGIÃO / Natureza dos Investimentos

Expansão

Reposição

TOTAL

2014- 2018

2014- 2023

2014- 2033

2014- 2018

2014- 2023

2014- 2033

2014- 2018

2014- 2023

2014- 2033

Norte

932

1818

2896

184

353

743

1117

2171

3639

Nordeste

3074

6026

9482

528

1017

2130

3603

7043

11612

Sudeste

3529

6879

10677

1913

3767

7580

5442

10646

18257

Sul

8466

16862

25420

958

1893

3800

9425

18755

29220

Centro-Oeste

1262

2495

3790

552

1094

2188

1813

3589

5978

TOTAL

17263

34080

52265

4135

8124

16441

21400

42204

68706

 

 

FIGURA 7.5: Necessidades de investimentos em drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, segundo macrorregiões do Brasil, 2014 a 2033 (em %)

 

FIGURA 7.6: Necessidades de investimentos em drenagem urbana nas macrorregiões do Brasil segundo proporção de custos de expansão e reposição, 2014 a 2033

A Figura 7.6 mostra, para o período da projeção (2014 a 2033), a proporção de investimentos em expansão e em reposição, em cada uma das macrorregiões do País. Observa-se que, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, os investimentos em reposição assumem uma parcela significativa no total de investimentos, de aproximadamente 40%. Nas demais regiões, os investimentos necessários à expansão dos sistemas de drenagem serão preponderantes.

 

Investimentos totais e em medidas estruturais e estruturantes

Considera-se que os investimentos em medidas estruturais correspondem aos totais investidos em ações relativas à expansão da produção e distribuição de água; da coleta, interceptação, transporte e tratamento dos esgotos; de aterros sanitários e usinas de triagem e compostagem e também a uma parcela de 30% dos investimentos em reposição nesses componentes. Para a drenagem urbana as medidas estruturais correspondem a 30% dos investimentos em expansão e a 70% dos investimentos em reposição, na qual segundo a metodologia utilizada, são encontrados os maiores passivos.

A estimativa para os investimentos em ações compostas por medidas estruturais, até 2033, é da ordem de R$ R$ 283,8 bilhões, representando 55,8% do total necessário (Tabela 7.5).

Para as medidas estruturantes relacionadas aos quatro componentes do saneamento básico, é considerado o complemento dos valores totais estimados, subtraídos dos valores para as medidas estruturais. Serão necessários investimentos estimados de R$ 224,7 bilhões, até 2033, em medidas de caráter estruturante (correspondentes a 44,2% dos investimentos totais necessários). Deste montante, estima-se que 112,3 bilhões são necessários em ações que não se restringem ao âmbito dos componentes específicos do saneamento básico, mas que apresentam natureza mais geral.Essas ações são relativas ao aumento da eficiência na gestão e prestação dos serviços, à capacitação técnica dos funcionários das empresas de saneamento e à implantação de campanhas educativas, entre outras, e estão contempladas na Tabela 7.5 no quesito ”Gestão”. Para a estimativa da necessidade de investimentos nessas ações, assumiu-se um valor equivalente a uma parcela do somatório dos investimentos em medidas estruturantes específicas para cada um dos quatro componentes do saneamento básico, chegando a 100% no final do alcance do Plansab. Assumiu-se, portanto, que tais investimentos tivessem vulto significativo no total de esforços de financiamento do setor, o que é coerente com a premissa adotada no Plansab de valorização das medidas estruturantes.

Em síntese, de forma compatível com o Cenário 1, serão necessários cerca de R$ 508,5 bilhões em medidas estruturais e estruturantes até 2033. No que se refere à origem dos investimentos, estima-se que 59% dos recursos (R$ 299,9 bilhões) sejam provenientes dos agentes federais e R$ 208,6 bilhões sejam aportados por agências internacionais, prestadores de serviços, orçamentos estaduais e municipais e setor privado, na forma de investimentos diretos ou de contrapartidas. Para a estimativa da distribuição dos recursos segundo a origem, federal e não federal, partiu-se, em primeiro lugar, da constatação da importante potencialidade de investimentos dos prestadores com recursos próprios, podendo superar 50% do total de investimentos em algumas situações, e, em segundo lugar, das exigências de contrapartida dos tomadores, especialmente de empréstimos com recursos onerosos, usualmente superiores a 20% do valor do financiamento.

 

TABELA 7.5: Necessidades de investimentos totais e em medidas estruturais e estruturantes segundo componentes do saneamento básico e origem, para atendimento das metas estabelecidas (em milhões de reais de dezembro/2012(1))(2)

AÇÃO / ORIGEM

ESTRUTURAL

ESTRUTURANTE

TOTAL

Total

Agentes federais(3)

Outros agentes

Total

Agentes federais(3)

Outros agentes

Total

Agentes federais(3)

Outros agentes

R$

%

R$

%

R$

%

R$

%

R$

%

R$

%

2014-2018

Água

25.493

20.394

80

5.099

20

9.445

2.834

30

6.612

70

34.938

23.228

66

11.710

34

Esgotos

46.029

39.124

85

6.904

15

6.500

1.950

30

4.550

70

52.528

41.074

78

11.454

22

R.S.U

12.982

10.386

80

2.596

20

3.620

0

0

3.620

100

16.602

10.386

63

6.216

37

Drenagem Urbana

8.074

6.460

80

1.615

20

13.326

3.998

30

9.328

70

21.400

10.457

49

10.943

51

Gestão

0

0

0

0

0

10.963

3.289

30

7.674

70

10.963

3.289

30

7.674

70

Total

92.578

76.364

82

16.214

18

43.854

12.070

28

31.784

72

136.432

88.434

65

47.998

35

2014-2023

Água

54.567

43.654

80

10.913

20

18.890

5.667

30

13.223

70

73.457

49.321

67

24.137

33

Esgotos

81.737

69.476

85

12.261

15

12.999

3.900

30

9.099

70

94.736

73.376

77

21.360

23

R.S.U

13.873

11.098

80

2.775

20

4.992

0

0

4.992

100

18.865

11.098

59

7.767

41

Drenagem Urbana

15.910

12.728

80

3.182

20

26.293

7.888

30

18.405

70

42.203

20.616

49

21.587

51

Gestão

0

0

0

0

0

42.116

12.635

30

29.482

70

42.116

12.635

30

29.482

70

Total

166.087

136.956

82

29.131

18

105.291

30.090

29

75.201

71

271.378

167.046

62

104.332

38

2014-2033

Água

84.386

67.509

80

16.877

20

37.763

11.329

30

26.434

70

122.149

78.838

65

43.311

35

Esgotos

156.666

133.166

85

23.500

15

25.226

7.568

30

17.658

70

181.893

140.734

77

41.158

23

R.S.U

15.523

12.418

80

3.105

20

7.838

0

0

7.838

100

23.361

12.418

53

10.943

47

Drenagem Urbana

27.188

21.750

80

5.438

20

41.517

12.455

30

29.062

70

68.705

34.205

50

34.500

50

Gestão

0

0

0

0

0

112.345

33.703

30

78.641

70

112.345

33.703

30

78.641

70

Total

283.763

234.844

83

48.919

17

224.689

65.055

29

159.634

71

508.452

299.899

59

208.553

41

 

(1)Os valores resultam das previsões de necessidade de investimentos baseadas no Cenário 1.

(2)Os valores dos PAC 1 e PAC 2, ainda não realizados, não foram deduzidos dos valores previstos, já que a estimativa de investimentos tem como ponto de partida o momento anterior à incidência de impactos significativos desses programas sobre os indicadores projetados.

(3)Incluem-se os recursos provenientes do OGU e dos agentes financeiros e de fomento do Governo Federal, dentre outros.



[1]Descritos em CANÇADO, V.; NASCIMENTO, N. O. ; CABRAL, J. R. Cobrança pela drenagem urbana de águas pluviais: bases conceituais e princípios metodológicos. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 11, p. 15-25. 2006.

[2]Avaliados por MOURA, P. M. Contribuição para avaliação global de sistemas de drenagem urbana. 2004. 146 f. Dissertação (Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.

[3]MACHADO, L. et al. Curvas de danos de inundação versus profundidade de submersão: desenvolvimento de metodologia. Rega – Revista de Gestão de Água da América Latina, v. 2, n. 3. Porto Alegre, p. 32-52. 2005.

[4]MILOGRANA, J. Sistemática de Auxílio à Decisão para a Seleção de Alternativas de Controle de Inundações Urbanas. 2009. 316 f. Tese de Doutorado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, Publicação PTARH – 05/09, Departamento de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental. Universidade de Brasília, Brasília, DF.

[5]O valores estimados na versão preliminar do Plansab, que foi submetida a audiência pública, foram corrigidos pela razão entre o INCC de dezembro de 2012 e o de dezembro de 2009.

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