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6. Metas de curto, médio e longo prazos

Publicado: Terça, 03 de Junho de 2014, 17h38

As metas de curto, médio e longo prazo - 2018, 2023 e 2033 - estabelecidas no Plansab foram definidas a partir da evolução histórica e da situação atual dos indicadores, com base na análise situacional do deficit, sendo em alguns casos necessário operar com estimativas desta situação, em vista de fragilidades dos dados atuais. Tendo presente a evolução mais recente dos indicadores, 80 especialistas foram consultados, em duas rodadas, empregando a técnica do Método Delphi, apresentando suas expectativas para o setor em 2030, com o Cenário 1 como referência para a política de saneamento básico no País.

Embora apresentem inconsistências e descontinuidades dos dados de base, os diversos sistemas de informações possibilitaram estabelecer valores de referência, relativamente seguros para pautar a execução do Plansab e orientar a consolidação dos indicadores ao longo do tempo, gerando análises e ajustes futuros para as metas, além da ampliação de parâmetros a serem monitorados. Nesse processo, foram selecionados 23 indicadores, contemplando os quatro componentes do saneamento básico, além de aspectos de gestão, conforme detalhado na Tabela 6.1.

 

 

TABELA 6.1: Indicadores selecionados para as metas do Plansab

Indicador

DESCRIÇÃO (1)

A1

Número de domicílios urbanos e rurais abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna / Total de domicílios [Censo 2010]

A2

Número de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]

A3

Número de domicílios rurais abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna / Total de domicílios rurais [Censo 2010]

A4

Número de municípios com amostras de coliformes totais na água distribuída em desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/11) no ano / Número total de municípios com controle de coliformes totais na água distribuída no ano

A5

Número de economias ativas atingidas por paralisações e por interrupções sistemáticas no abastecimento de água no mês / Número total de economias ativas [SNIS 2010]

A6

Índice de perdas na distribuição de água (Vol. de água disponibilizado - Vol. de água consumido) / Vol. de água disponibilizado) [SNIS 2010]

A7

Número de prestadoras que cobram pelo serviço de abastecimento de água / Total de prestadores [PNSB 2008]

E1

Número de domicílios urbanos e rurais servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários / Total de domicílios [Censo 2010]

E2

Número de domicílios urbanos servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]

E3

Número de domicílios rurais servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários / Total de domicílios rurais [Censo 2010]

E4

Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume de esgoto coletado) [PNSB 2008]

E5

Número de domicílios (urbanos e rurais) com renda até três salários mínimos mensais que possuem unidades hidrossanitárias / Total de domicílios com renda até 3 salários mínimos mensais [Censo 2010]

E6

Número de prestadoras de serviço que cobram pelos serviços de esgotamento sanitário / Total de prestadoras [PNSB 2008]

R1

Número de domicílios urbanos atendidos por coleta direta (porta-a-porta) de resíduos sólidos / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]

R2

Número de domicílios rurais atendidos por coleta direta (porta-a-porta) e indireta de resíduos sólidos/Total de domicílios rurais [Censo 2010]

R3

Número de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos / Total de municípios [PNSB 2008]

R4

Número de municípios com coleta seletiva de RSD / Total de municípios [PNSB 2008]

R5

Número de municípios que cobram taxa de resíduos sólidos / Total de municípios [PNSB 2008] (2)

D1

Número de municípios com inundações e/ou alagamentos na área urbana nos últimos cinco anos/Total de municípios [PNSB 2008]

G1

Número de municípios com estrutura única para tratar da política de saneamento básico / Total de municípios [Munic 2011]

G2

Número de municípios com Plano de Saneamento Básico (abrange os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas) / Total de municípios [Munic 2011]

G3

Número de municípios com serviços públicos de saneamento básico fiscalizados e regulados / Total de municípios [Estimativa] (3)

G4

Número de municípios com instância de controle social das ações e serviços de saneamento básico (órgãos colegiados) / Total de municípios [Munic 2011]

 

(1)As informações entre colchetes referem-se às fontes para os valores iniciais do indicador

(2)Trata-se de indicador construído a partir da PNSB. Gestões deverão ser realizadas junto ao IBGE para que as informações a serem futuramente levantadas se alinhem ao previsto no PNRS e contribuam para a substituição do indicador para: “municípios com cobrança por serviços de RSU, sem vinculação com o IPTU”.

(3)Os valores foram estimados e não baseados nos sistemas de informação, em função da limitação que apresentam para a estimativa dessa linha de base: a Munic aborda a regulação e fiscalização indicando se há “definição do órgão responsável pela regulação e fiscalização”, não implicando que os serviços estejam sendo efetivamente regulados e fiscalizados. A base de informações dos levantamentos da Abar, por sua vez, não contemplam o universo dos municípios.

Legenda

Indicadores de abastecimento de água

Indicadores de esgotamento sanitário

Indicadores de manejo dos resíduos sólidos

Indicador de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas

Indicadores da gestão dos serviços de saneamento básico

 

Para esses indicadores foram estabelecidas metas progressivas de expansão e qualidade dos serviços, para as cinco macrorregiões e para o País, conforme Tabelas 6.2 e 6.3. Essas metas serão instrumentos fundamentais para o acompanhamento da execução da política ao longo dos próximos 20 anos, por meio do monitoramento e avaliação, tendo em vista a implementação dos programas e ações previstos no Plansab e os correspondentes esforços dos governos federal, estaduais e municipais.

Para a maior parte dos indicadores de cobertura de acesso (A1, A2, A3, E1, E2, E3, E5, R1 E R2), os valores iniciais foram estimados com base nas informações do Censo Demográfico de 2010. Para as metas de cobertura dos serviços (exceto para os indicadores A4 e D1), de curto, médio e longo prazos (2018, 2023 e 2033, respectivamente), foi assumida função tendência linear entre o ponto de partida e a meta de longo prazo resultante da pesquisa com especialistas (ano 2030), que foi considerada a mais conveniente interpolação e extrapolação dos valores, inclusive proporcionando razoabilidade na alocação dos investimentos.

 

TABELA 6.2: Metas para saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)

(continua)

INDICADOR

ANO

BRASIL

N

NE

SE

S

CO

A1. % de domicílios urbanos e rurais abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna

2010

90

71

79

96

98

94

2018

93

79

85

98

99

96

2023

95

84

89

99

99

98

2033

99

94

97

100

100

100

A2. % de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna

2010

95

82

91

97

98

96

2018

99

96

98

99

100

99

2023

100

100

100

100

100

100

2033

100

100

100

100

100

100

A3.% de domicílios rurais abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna

2010

61

38

42

85

94

79

2018

67

43

53

91

96

88

2023

71

46

60

95

98

93

2033

80

52

74

100

100

100

A4. % de análises de coliformes totais na água distribuída em desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/11)

2018

(1)

2023

2033

A5. % de economias ativas atingidas por paralisações e interrupções sistemáticas no abastecimento de água

2010

31

100

85

23

9

8

2018

29

86

73

20

8

8

2023

27

77

65

18

8

7

2033

25

60

50

14

7

6

A6. % do índice de perdas na distribuição de água

2010

39

51

51

34

35

34

2018

36

45

44

33

33

32

2023

34

41

41

32

32

31

2033

31

33

33

29

29

29

A7. % de serviços de abastecimento de água que cobram tarifa

2008

94

85

90

95

99

96

2018

96

92

95

99

100

99

2023

98

95

97

100

100

100

2033

100

100

100

100

100

100

 

 (1)Para o indicador A4 foi prevista a redução dos valores de 2010 em desconformidade com a Portaria nº 2.914/11, do MS, em 15%, 25% e 60% nos anos 2018, 2023 e 2033, respectivamente.

 

 

TABELA 6.2: Metas para saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)

(continuação)

INDICADOR

ANO

BRASIL

N

NE

SE

S

CO

E1. % de domicílios urbanos e rurais servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários

2010

67

33

45

87

72

52

2018

76

52

59

90

81

63

2023

81

63

68

92

87

70

2033

92

87

85

96

99

84

E2. % de domicílios urbanos servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários

2010

75

41

57

91

78

56

2018

82

56

66

94

84

69

2023

85

68

73

95

88

77

2033

93

89

86

98

96

92

E3. % de domicílios rurais servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários

2010

17

8

11

27

31

13

2018

35

24

28

49

46

40

2023

46

34

39

64

55

53

2033

69

55

61

93

75

74

E4.% de tratamento de esgoto coletado

2008

53

62

66

46

59

90

2018

69

75

77

63

73

92

2023

77

81

82

72

80

93

2033

93

94

93

90

94

96

E5. % de domicílios urbanos e rurais com renda até três salários mínimos mensais que possuem unidades hidrossanitárias

2010

89

70

81

98

97

97

2018

93

82

89

99

98

98

2023

96

89

93

99

99

99

2033

100

100

100

100

100

100

E6.% de serviços de esgotamento sanitário que cobram tarifa

2008

49

48

31

53

51

86

2018

65

62

51

70

69

90

2023

73

70

61

78

77

92

2033

90

84

81

95

95

96

R1. % de domicílios urbanos atendidos por coleta direta de resíduos sólidos (1)

2010

90

84

80

93

96

92

2018

94

90

88

99

99

95

2023

97

94

93

100

100

97

2033

100

100

100

100

100

100

R2.% de domicílios rurais atendidos por coleta direta e indireta de resíduos sólidos

2010

27

14

19

41

46

19

2018

42

28

33

58

62

37

2023

51

37

42

69

71

49

2033

70

55

60

92

91

72

R3. % de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos

2008

51

86

89

19

16

73

2018

0

0

0

0

0

0

2023

0

0

0

0

0

0

2033

0

0

0

0

0

0

R4. % de municípios com coleta seletiva de RSD

2008

18

5

5

25

38

7

2018

28

12

14

36

48

15

2023

33

15

18

42

53

19

2033

43

22

28

53

63

27

R5. % de municípios que cobram taxa de resíduos sólidos

2008

11

9

5

15

15

12

2018

39

30

26

49

49

34

2023

52

40

36

66

66

45

2033

80

61

56

100

100

67

D1. % de municípios com inundações e/ou alagamentos ocorridos na área urbana, nos últimos cinco anos(2)

2008

41

33

36

51

43

26

2018

--

--

--

--

--

--

2023

--

--

--

--

--

--

2033

11

6

5

15

17

5

 

 (1)Para as metas, assume-se a coleta na área urbana (R1) com frequência mínima de três vezes por semana.

(2)O indicador D1 adotado é o único em que se dispõe de série histórica capaz de orientar a projeção de metas. Na avaliação,  monitoramento e revisões do Plano, deverão ser progressivamente incorporados elementos do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais.

 

As metas de curto, médio e longo prazos apresentadas para o indicador R3 – “% de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos”– visam dar cumprimento à determinação da Lei nº 12.305/10, que estabelece a erradicação de lixões ou vazadouros até 2014. Contudo, é essencial ficar claramente registrado que os resultados da consulta a especialistas, realizada por meio do Método Delphi, apontam para metas muito menos otimistas que aquelas aqui adotadas. A partir da consideração de que a publicação da Lei nº 12.305/10 exercerá forte efeito indutor na antecipação da erradicação dos vazadouros, ajustaram-se os valores das metas indicadas pela referida consulta e se obtiveram, para o Brasil, os valores de 35%, 23% e 0%, respectivamente para 2018, 2023 e 2033, quanto à proporção de municípios com presença de lixões e vazadouros. Os investimentos necessários foram estimados considerando as metas apresentadas na Tabela 6.2, porém, no estudo Panorama do Saneamento Básico no Brasil, apresentam-se as projeções de investimentos para ambas as situações, permitindo eventuais ajustes futuros no planejamento.

Em relação às metas para gestão dos serviços de saneamento básico (G1 a G4), observa-se que essas se referenciam no Decreto Presidencial nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.445/2007. Os artigos 26, § 2º, e 34, § 6º, do referido Decreto preveem, a partir de 2014, o condicionamento para acesso a recursos orçamentários da União (orçamentários e financiamentos) de: i) existência de planos de saneamento básico, elaborados pelo titular dos serviços; e ii) criação de instâncias de participação social.

TABELA 6.3: Metas para gestão dos serviços de saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)

INDICADOR

ANO

BRASIL

N

NE

SE

S

CO

G1. % de municípios com estrutura única para tratar da política de saneamento básico

2011

30

42

19

31

37

46

2018

43

48

32

46

50

51

2023

52

52

41

58

60

54

2033

70

60

60

80

80

60

G2.% de municípios com Plano Municipal de Saneamento Básico (abrange os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas)

2011

5

4

2

6

8

4

2018

32

28

27

36

37

28

2023

51

45

44

57

58

45

2033

90

80

80

100

100

80

G3. % de municípios com serviços públicos de saneamento básico fiscalizados e regulados

2018

30

20

20

40

40

20

2023

50

40

40

60

60

50

2033

70

60

60

80

80

60

G4. % de municípios com instância de controle social das ações e serviços de saneamento básico (órgãos colegiados)

2011

11

8

9

11

11

15

2018

36

31

32

40

39

36

2023

54

47

48

60

59

50

2033

90

80

80

100

100

80

 

Nota: As metas para os indicadores de gestão referenciam-se no Decreto Presidencial nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.445/2007.

De acordo com as metas, o desafio da universalização está posto para os serviços de abastecimento de água potável e de coleta de resíduos domiciliares em todas as áreas urbanas, em 2023 e 2033, respectivamente, bem como para a instalação de unidades hidrossanitárias em todo o território nacional até 2033. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o abastecimento de águapotável deverá contemplar integralmente as áreas urbana e rural. Além disso, o atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelecida em lei implicará a erradicação dos lixões/vazadouros no País até 2014, sendo recomendável ou mesmo imprescindível, em muitos casos, arranjos institucionais que apontem a parceria e o consorciamento dos municípios para tornar esta meta tangível.

Sob o aspecto qualitativo dos serviços de abastecimento de águapotável foi proposta uma redução, até 2033, de 60% do atual número de municípios em desconformidade das análises de coliformes totais no ano (Portaria nº 2.914/11 do MS), bem como o índice máximo de 60% – caso da região Norte – de economias ativas atingidas por paralisações e interrupções sistemáticas no mês. Na região Sul, espera-se que, em 2033, a intermitência não atinja mais de 6% da população.

As perdas na distribuição de água, com atuais valores elevados principalmente nas regiões Norte e Nordeste, mesmo considerando a parcela referente às perdas por faturamento, devem atingir níveis entre 29 e 33%, exigindo dos prestadores esforços específicos para seu enfrentamento.

Em relação ao esgotamento sanitário, a principal meta é alavancar os baixos índices verificados na área rural para valores que considerem, no mínimo, o atendimento de 55% dos domicílios servidos por rede ou fossa séptica – caso da região Norte – de forma a garantir que pelo menos 87% dos esgotos gerados em 2033 sejam adequadamente dispostos. Da mesma forma e buscando reverter o grave quadro de degradação ambiental dos cursos de água, pretende-se alcançar, em 2033, o índice médio de tratamento de 93% do total de esgotos coletados.

Em nível global, note-se a coerência entre as metas estabelecidas para o abastecimento de águapotável e o esgotamento sanitário e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), dos quais o governo brasileiro é signatário. Em termos do acesso ao abastecimento de águapotável, as Metas do Milênio estabelecem a redução, entre 1990 e 2015, de 50% da parcela da população sem acesso. Segundo estudo do PMSS[1], este valor seria de 84,88% de pessoas com acesso e que, a se seguir o ritmo de avanço da cobertura populacional, haveria 71,39% de probabilidade de atingir tal meta. O valor de 93%, em 2018, estabelecido pelo Plansab mostra-se perfeitamente compatível com tal inferência. Em relação ao esgotamento sanitário, o referido estudo estima que a cobertura em 2015 deveria ser de 69,71% da população brasileira com soluções adequadas e que haveria uma baixa probabilidade – 29,81% – de que fosse alcançada. No Plano, estabelece-se a cobertura de 76% em 2018, com uma definição de acesso diferente daquela adotada no referido estudo, no tocante à previsão de atendimento por fossas sépticas nas áreas urbanas.

Para o manejo dos resíduos sólidos, as metas associam a cobertura da coleta à implementação de programas de coleta seletiva que, em 2033, devem alcançar, no mínimo, a 53% dos municípios da região Sul e Sudeste.

Sobre as tarifas e taxas de água, esgotos e resíduos sólidos, a expectativa é de que, até 2033, a organização desses serviços efetive sua cobrança em pelo menos 80% dos municípios no caso dos resíduos sólidos, em cerca de 90% no caso dos serviços de esgotos e em 100% no caso dos serviços de água.

Quanto à drenagem urbana, espera-se que a adoção de estratégias e ações, preferencialmente compensatórias e não estruturais, possa reduzir os problemas advindos de inundações, enchentes e alagamentos nas proporções estabelecidas para cada macrorregião. A obtenção de dados a partir do Sinisa  e do processo de monitoramento e avaliação do Plansab, associado a outras fontes de informação, poderá permitir melhor ajuste nas metas desse indicador.

Considerou-se ainda fundamental, com base em dados da Munic e estimados, o estabelecimento de metas para a gestão institucional, enfatizando os aspectos de planejamento, fiscalização e regulação dos serviços e a existência de instâncias de participação e controle social. Dessa forma, visibilidade será dada a estes aspectos estruturantes e a execução do Plansab procurará acompanhar a evolução desta importante face da gestão do saneamento básico no País. Com base nas determinações do Decreto Presidencial nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº 11.445/2007, conta-se que, além da fiscalização e regulação da prestação de serviços, 90% dos municípios brasileiros passem a dispor de Planos de Saneamento Básico, elaborados e devidamente aprovados, e com instâncias de controle social até 2033. Para tanto serão necessários esforços articulados entre os três níveis de governo – federal, estadual e municipal – por meio de um conjunto de iniciativas de apoio e indução, como uma campanha nacional, de forma a sensibilizar e suprir a demanda técnica e financeira para a elaboração dos planos.

A Figura 6.1 ilustra as metas para a cobertura total de água e esgotos (A1 e E1), para o tratamento dos esgotos coletados (E4) e para a coleta direta (porta a porta) de resíduos na área urbana (R1) em todas as regiões e no País em 2033 Observa-se que, tendo em vista a universalização dos serviços, as regiões Sudeste e Sul apresentam as metas mais ousadas.

FIGURA 6.1: Principais metas para saneamento básico nas macrorregiões e no País em 2033

Destacam-se ainda, dentre as metas propostas, os índices relativamente baixos esperados na área rural, com exceção das regiões Sudeste e Sul. As Figuras 6.2 e 6.3 sintetizam essa situação no País, projetando para as áreas urbana e rural, respectivamente, as metas para a cobertura pelos serviços de água e esgotos e para o atendimento da coleta dos resíduos domiciliares em 2018, 2023 e 2033.

 

 

FIGURA 6.2: Principais metas para a área urbana do Brasil em 2018, 2023 e 2033

Essas desigualdades na prestação de serviços de saneamento básico, como pode ser observado na comparação entre as Figuras 6.2 e 6.3, justificam e reforçam a previsão, no Plansab, de um Programa de Saneamento Rural que contemple as especificidades de toda a população da área rural no País.

FIGURA 6.3: Principais metas para a área rural do Brasil em 2018, 2023 e 2033

Em relação às Unidades da Federação, a Tabela 6.4 apresenta uma síntese das principais metas dos serviços de saneamento básico.

 

 

TABELA 6.4: Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da federação (em %)

REGIÃO

UF

INDICADORES*

A1

E1

R1

2010

2018

2023

2033

2010

2018

2023

2033

2010

2018

2023

2033

N

RO

84

90

94

100

22

47

63

94

89

93

96

100

AC

58

71

79

95

37

52

62

81

75

85

91

100

AM

72

77

80

87

44

60

71

91

86

91

95

100

RR

80

86

90

97

45

63

74

97

92

95

97

100

PA

66

75

81

94

31

51

63

87

81

88

93

100

AP

73

82

87

98

24

42

54

77

87

92

96

100

TO

84

88

91

97

29

45

56

76

89

93

96

100

NE

MA

63

74

80

94

27

48

61

88

67

80

89

100

PI

75

83

88

98

29

51

65

93

79

87

93

100

CE

81

87

91

99

43

58

67

85

77

86

92

100

RN

86

92

95

100

45

57

65

79

89

93

96

100

PB

80

84

86

92

49

60

66

79

88

93

96

100

PE

80

84

87

91

55

65

71

84

88

93

96

100

AL

79

85

89

97

33

52

63

87

80

88

93

100

SE

84

88

91

97

50

62

70

84

90

94

96

100

BA

81

88

93

100

52

63

70

84

77

86

92

100

SE

MG

95

97

98

100

79

81

83

86

95

99

100

100

ES

97

99

100

100

74

80

84

92

92

98

100

100

RJ

94

99

100

100

86

90

92

96

87

97

100

100

SP

97

99

100

100

91

95

97

100

96

99

100

100

S

PR

98

100

100

100

65

77

84

100

96

99

100

100

SC

98

100

100

100

77

84

89

98

97

99

100

100

RS

98

98

98

100

75

83

88

98

94

99

100

100

CO

MS

95

96

97

100

39

52

61

78

97

98

99

100

MT

91

95

97

100

36

51

60

79

93

96

97

100

GO

94

96

98

100

49

61

68

82

94

96

98

100

DF

96

97

98

100

89

93

96

100

84

91

94

100

 

* A1: percentual de domicílios totais abastecidos por água; E1: percentual de domicílios totais servidos por esgotamento sanitário; R1: percentual de domicílios urbanos atendidos por coleta de lixo.

Considerando as 12 regiões hidrográficas brasileiras, as metas estimadas para os indicadores A1, E1 e R1 podem ser visualizadas na Tabela 6.5.

 

 

TABELA 6.5: Metas para principais indicadores de saneamento básico nas regiões hidrográficas brasileiras (em %)

Região Hidrográfica

A1

E1

R1

2010

2018

2023

2033

2010

2018

2023

2033

2010

2018

2023

2033

Amazônica

74

82

86

96

34

53

64

87

86

91

95

100

Tocantins-Araguaia

83

87

91

97

36

52

62

81

88

92

95

100

Atlântico NE Ocidental

63

74

80

94

27

48

61

88

67

80

89

100

Parnaíba

74

82

88

98

30

51

65

92

78

86

93

100

Atlântico NE Oriental

81

87

90

96

45

59

66

82

85

91

95

100

São Francisco

87

91

93

98

61

70

76

87

86

92

95

100

Atlântico Leste

84

89

93

99

53

64

71

85

85

91

95

100

Atlântico Sudeste

96

99

100

100

81

85

88

94

90

98

100

100

Paraná

96

98

99

100

74

81

86

95

93

97

98

100

Atlântico Sul

97

98

98

100

63

73

79

91

96

99

100

100

Uruguai

98

99

99

100

76

84

89

98

96

99

100

100

Paraguai

93

95

97

100

37

51

60

79

95

97

98

100

 

* A1: percentual de domicílios totais abastecidos por água; E1: percentual de domicílios totais servidos por esgotamento sanitário; R1: percentual de domicílios urbanos atendidos por coleta de lixo



[1]JNS ENGENHARIA, CONSULTORIA E GERENCIAMENTO; ETEP CONSULTORIA, GERENCIAMENTO E SERVIÇOS. Serviços de consultoria para a realização de estudo sobre as deficiências de acesso aos serviços de saneamento básico no Brasil. Brasília: Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Programa de Modernização do Setor de Saneamento, 2007. Esse estudo assume conceitos, para acesso ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário, mais restritos, ou seja, com melhor padrão de qualidade, que aqueles empregados para o monitoramento global das metas do milênio, o que explica eventuais divergências entre os números do estudo e os publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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